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Giro Global #32: Mercados globais repercutem política monetária e evolução da crise bancária.

  • Foto do escritor: Leonardo Strambi, CFA
    Leonardo Strambi, CFA
  • 26 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

O grande destaque da semana passada foi a "Super Quarta", marcada pelas decisões de política monetária do FOMC e do COPOM, em um momento onde o mercados monitoram os desdobramentos da crise nos sistemas financeiros globais.


O FED aumentou os juros em 25 bps e, apesar de ter reconhecido que a inflação ainda permanece elevada, citou o ritmo acelerado de criação de empregos e a baixa taxa de desemprego. A autoridade monetária também se pronunciou sobre a crise bancária, destacando a resiliência do sistema financeiro norte-americano.


Os ativos de risco ganharam alívio e passaram a operar com viés mais positivo e menor volatilidade. Embora o otimismo com o fim do ciclo de alta de juros nos EUA tenha aumentado, o desafio do FED é grande, tendo em vista a possibilidade de desaceleração econômica.


A mediana das projeções de juros em 2023 é de 5,125%, veja no gráfico abaixo.

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Na Europa, além da venda do Credit Suisse para o UBS, que destaquei na semana passada, foi a vez das ações do Deutsche Bank despencarem, em função do aumento na probabilidade de insolvência da instituição.


O impacto do evento do SVB nos bancos regionais americanos impressiona. Foi uma destriuição de valor de mais de 95 bilhões de dólares em apenas 2 semanas.

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No Brasil, o Banco Central decidiu pela manutenção da taxa de juros em 13,75% a.a. e afirmou que continuará avaliando se manter a taxa por um período suficientemente longo ajudará a garantir a convergência da inflação nos próximos anos. O comunicado veio em tom mais duro do que o esperado,destacando a incerteza econômica e a volatilidade dos mercados, o que levou a forte queda na bolsa, alta no dólar e abertura nos juros.


Se, nos EUA, as narrativas têm oscilado entre o otimismo do fim do ciclo de alta nos juros e o pessimismo da possibilidade de uma recessão mais forte, no Brasil, o viés negativo segue dominando o cenário, em resposta aos sinais de desaceleração econômica, inflação ainda elevada e, principalmente, à ausência de um arcabouço fiscal crível, potencializada pela enorme dificuldade de comunicação do governo Lula.


Neste ponto, a impressão é que somente uma mudança de postura do time econômico poderia criar as circunstâncias que permitam um ambiente de harmonia entre política fiscal e monetária com potencial para alterar a dinâmica da bolsa brasileira, que negocia com prêmios altos e quadro técnico leve.


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Bancos centrais em ação

Os principais headlines de política monetária ao redor do mundo na semana.

  • ECB rates must rise; bank share volatility unsurprising, ECB's Nagel says

  • Bank of England raises interest rates again but says inflation to fall fast

  • The sure-footed Fed of the past year now in doubt about next policy move

  • GRAPHIC-Central banks stick to rate hikes with eye on market turmoil

  • Fed sees credit drawdown looming, shifts towards pause on rate hikes

  • Swiss National Bank raises rates, says Credit Suisse takeover prevented larger crisis

  • Even as Bank of Canada moves to sidelines, consumers not ready to splurge

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Obrigado pela leitura.

Espero ter conseguido entregar o máximo de valor pelo mínimo de tempo.


Uma excelente semana e bons negócios.


Fundador e Assessor de Investimentos na Austria Capital



*Opiniões e análises pessoais, que não refletem necessariamente visões institucionais, nem se configuram como recomendação de investimento.


*A Austria Capital preza pela qualidade de informações e análises, ressaltando, no entanto que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento neste portal. Qualquer decisão de investimento deve ser sempre realizada em conjunto com um profissional certificado de mercado, observando aspectos pessoais, situação patrimonial e perfil de risco.

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