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Carta 4: Inflação, inflação, inflação...

  • Foto do escritor: Leonardo Strambi, CFA
    Leonardo Strambi, CFA
  • 12 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: há 3 dias

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Clientes e amigos,


Nos últimos dias, os mercados financeiros globais têm enfrentado uma montanha-russa de volatilidade, com investidores ansiosos por sinais sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. Com a inflação no radar e o Federal Reserve mantendo uma postura cautelosa, as próximas leituras de preços podem ser cruciais para determinar se a esperada flexibilização das taxas de juros será suficiente para acalmar os mercados e sustentar o crescimento econômico. Na carta deste mês, exploramos as expectativas dos investidores, os dados econômicos que influenciam o cenário atual e as possíveis implicações para o restante do ano. Boa leitura!


O Mercado Respira Fundo: A Esperança de uma Inflação Controlada nos EUA


Na última semana, os mercados globais foram tomados por uma onda de volatilidade que deixou investidores em alerta. No entanto, enquanto o epicentro desse tumulto parecia concentrado na Ásia, com a bolsa de Tóquio desempenhando um papel significativo, os mercados nos Estados Unidos e Europa começaram a mostrar sinais de estabilização, permitindo que os investidores recuperassem o fôlego.


O S&P500 terminou a semana praticamente inalterado, o que, considerando as oscilações acentuadas nos dias anteriores, foi um alívio. O indicador de volatilidade VIX, conhecido como "índice do medo", também retornou aos seus níveis de longo prazo, em torno de 20, sugerindo que o pânico do mercado havia diminuído temporariamente.


No centro das preocupações dos investidores está a política monetária dos EUA. Especulações sobre cortes nas taxas de juros ganharam força após os recentes dados econômicos, especialmente com a queda nos pedidos de auxílio-desemprego e o desempenho robusto dos lucros corporativos. Com a temporada de balanços chegando ao fim, o crescimento anual dos lucros do S&P500 ficou em torno de 14% no segundo trimestre, um sinal de resiliência apesar das incertezas econômicas.


Inflação no Radar


Com os mercados mais calmos, a atenção agora se volta para os relatórios de inflação dos EUA que serão divulgados esta semana. As expectativas estão concentradas nas leituras do Índice de Preços ao Produtor (PPI) e do Índice de Preços ao Consumidor (CPI). O consenso do mercado aponta para uma inflação anual do PPI de 2,3% em julho, enquanto o CPI deve mostrar uma leve queda na inflação "básica" para 3,2%.


Esses números são cruciais para determinar a trajetória futura da política monetária do Fed. A governadora do Fed, Michelle Bowman, indicou recentemente que, se a inflação continuar a se mover em direção à meta de 2%, será apropriado começar a reduzir gradualmente as taxas de juros. Esse sinal de uma possível flexibilização é visto como um alívio para os mercados, que temem que uma política monetária excessivamente restritiva possa sufocar o crescimento econômico e o emprego.

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Mas e o Carry Trade?


Acompanhando esse movimento ao longo dos últimos dias, vemos que o nível de alavancagem já é mais saudável, porém o desmonte ainda não chegou ao fim.

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De olho no petróleo


Outro indicador que vem nos chamando bastante atenção é o desempenho do Petróleo. Os investidores reduziram suas posições em petróleo para o menor nível em pelo menos uma década no início da semana passada, o que na nossa visão é parte do amplo movimento de aversão a risco em meio a crescentes preocupações com uma desaceleração econômica global.


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O Que Está por Vir?


O mercado passou a precificar cortes de 100 pontos-base até o final do ano, mas a visão consensual atual deve ser vista com cautela. A postura 'data dependent' do FED significa que as decisões dependerão dos dados econômicos futuros. Se a probabilidade de recessão aumentar, é provável que as expectativas de cortes mais agressivos ganhem força. No entanto, se a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado, podemos ter um cenário de cortes mais lentos e juros terminais mais elevados.


Neste cenário, o mais importante é monitorar atentamente os próximos dados econômicos a serem divulgados antes do FOMC.

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Nesta carta mensal, compartilho reflexões sobre ciclos econômicos, tendências duradouras, e como estruturar portfólios inteligentes e resilientes. O objetivo é entregar o máximo de valor pelo minimo de tempo. Boa leitura!


Um excelente mês e bons negócios.


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Leonardo Strambi, CFA Economista graduado pela PUC-RJ, MBA em Gestão de Investimentos pelo IAG/PUC-RJ, Gestor de Recursos CVM - CGA/CGE. Fundou a Austria Capital em 2017, onde atua como gestor de portfólios.

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