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Giro Global #1 - Recessão à vista.

  • Foto do escritor: Leonardo Strambi, CFA
    Leonardo Strambi, CFA
  • 30 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

O risco de uma recessão global, em especial nos EUA continua a aumentar e trazer ruídos para os ativos de risco.


O PIB dos EUA contraiu 1,5% no primeiro trimestre de 2022.


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Inflação: um problema global


Os últimos dados de inflação seguiram a mesma tendência e continuaram surpreendendo o mercado. Diversas instituições seguem revisando suas estimativas de inflação nos EUA para 2022.


As pressões inflacionárias seguem em níveis altos. Os países desenvolvidos estão experimentando a maior inflação dos últimos anos, sem um sinal claro de desaceleração.


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Bancos centrais em ação


Veja os dados anualizados de inflação nos útlimos meses.


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Neste contexto, os bancos centrais seguem atuando como podem para buscar um controle para a situação. Veja algumas das manchetes veículadas na imprensa internacional nas últimas semanas.



Renda Fixa


Com este pano de fundo, no Brasil, a curva de juros hoje precifica que o ciclo de alta de juros se encerra em menos de um ano, com juros terminais de aproximadamente 14% a.a.; seguido por um período de normalização com juros de equilíbrio trabalhando próximo a 13% a.a.


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Enquanto isso, nos EUA o mercado já espera um ciclo de alta mais acelerado nos próximos 12 meses e juros terminais entre 2,5% e 3,5% a.a. a longo prazo.


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Desaceleração do crédito


Com um pano de fundo de desaceleração da atividade econômica, indicadores de crédito despertam preocupação, em especial métricas envolvendo envidamento e inadimplência.

Recentemente a XP publicou um relatório macro abordando o tema da desaceleração do crédito, destacando que espera um arrefecimento das concessões de crédito gradual ao longo dos próximos trimestres, porém sem rupturas e riscos sistêmicos observados em outros períodos.


O estudou apontou que o sistema financeiro apresenta boas métricas de capital, liquidez e provisões, o que deve ser suficiente para acomodar aumentos na inadimplência. Apesar disso, a tendência crescente das modalidades de crédito emergencial e os níveis historicamente altos de serviço da dívida demandam atenção especial.


Acesse o relatório completo:



Moedas


O DXY segue seu movimento de alta e continua sendo um importante indicador de alocação de risco nos mercados.


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Veja os principais pares das Americas.


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Commodities


Ao longo do mês de junho commodities em geral passaram por uma correção, mas ainda operam em patamares elevados de preço. O CRB, índice de preços futuros de commodities da Thomson Reuters caiu aproximadamente 15% em relação ao seu topo mais recente.



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Reações do mercado


Apesar de uma correção superior a 20% em relação ao topo histórico, podemos observar uma contração de múltiplos no índice S&P 500, que saiu de 22x para aproximadamente 16x, mais próximo de sua média histórica. É importante destacar que ainda não houve um ajuste relevante nas expectativas de lucros das empresas, o que poderia desencadear uma correção ainda forte.


E o Brasil?


O Ibovespa segue negociando a um P/L de aproximadamente 6x lucro, o que representa um desconto teórico significativo em relação à sua média histórica. Os setores de commodities e bancos possuem um peso bastante significativo no índice e historicamente performam bem em cenários inflacionários.


No combate à inflação o Brasil se encontra em uma situação relativamente melhor do que outros países, por já estar em um estágio avançado do ciclo de aperto monetário; enquanto os bancos centrais em geral ainda estão muito 'atrás da curva'.


Apesar disso, o risco de deterioração do quadro fiscal, agravado pelas incertezas do período eleitoral são pontos de atenção.



Leonardo Strambi

Sócio-Fundador e Assessor de Investimentos na Austria Capital


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