top of page

Giro Global #4: Alívio nos ativos de risco.

  • Foto do escritor: Leonardo Strambi, CFA
    Leonardo Strambi, CFA
  • 24 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

Tivemos uma semana carregada de divulgação de indicadores econômicos, onde pudemos observar algum nível de alívio nos ativos de risco.


Cenário Macro


O BCE (Banco Central Europeu) elevou a taxa básica de juros em 50 bps, como antecipado pelo mercado. Foi a primeira elevação nos juros desde 2011, que mostra uma convergência esperada de política monetária frente aos principais bancos centrais do mundo. Adicionalmente, a autoridade monetária divulgou plano de recompra de dívida das economias mais fragilizadas do bloco, como tentativa de reduzir o estresse no mercado de dívidas soberanas em um momento em que a inflação observada no bloco é de 8,6%.


Nos EUA tivemos a divulgação do quinto mês seguido de contração de eexisting home sales', em um ambiente onde a média de juros para hipotecas de 30 anos subiu de ~3% para ~6% somente em 2022.


No Brasil, a Petrobras divulgou corte de R$0,20 no preço da gasolina, convergindo à paridade internacional. Estima-se um impacto entre 15 bps e 20 bps no IPCA de agosto. Além disso, a arrecadaçao federal atingiu níveis recordes, reflexo da melhora no mercado de trabalho e preços das commodities em alta, em um ambiente de recuperação econômica.


Gráfico da Semana


Setor de housing sob pressão nos EUA: Junho foi o quinto mês consecutivo de queda nas vendas de imóveis existentes.

ree


Leituras da semana


- U.S. business activity contracts in July for first time in 2 years, survey shows read more

- Euro zone business activity contracted in July as price rises bite -PMI read more

- German manufacturing, services sectors shrink in July -flash PMI read more

- UK retail sales slip in June as consumers struggle with inflation read more

- Japan's July factory activity growth slows to 10-month low - flash PMI read more

- Nowhere to live: Rents in Canada surge as home prices fall read more

- Mexico's inflation higher than expected in early July read more

- POLL-Japan June factory output likely rose first time in 3 months as China lockdown lifted read more

- POLL-South Korea's economy likely lost some steam in Q2 read more

Juros


Nossa taxa de 10 anos abriu a semana em 13,36% e fechou em 13,63%.


As Treasuries de 10 anos abriram a 2,93% e fecharam a semana em queda a 2,78%.


Neste ambiente o VIX (CBOE Market Volatility Index) seguiu em queda e fechou a semana em 23.03.


Moedas


O DXY fechou a semana em queda de 1,23% a 106,73.


E o Real em queda de 1,63% a R$5,4980.


Commodities


As commodities fecharam a semana em alta.


O índice CRB da Thomson Reuters acumulou alta de 4,93%, interrompendo uma sequência de 5 semanas em queda e uma correção de ~20% em relação ao seu topo anterior.


Petróleo BRENT fechou em alta de 2,02% e o Iron Ore em alta de 1,05%.


Equities


O Ibovespa fechou a semana em alta de 2,46% a 98.924, enquanto o S&P 500 subiu 2,55% e fechou a 3.961 pontos.


Ibovespa YTD:

ree

S&P 500 YTD:

ree


O que esperar para a próxima semana


O grande destaque no cenário internacional será a decisão de política monetária norte-americana. Como atenção secundária, teremos divulgação de PIB do 2º trimestre dos EUA e da Zona do Euro. No Brasil teremos prévia do IPCA-15 e do IGP-M de julho, resultados fiscais e dados de mercado de trabalho de junho.


A redução de pressão nos ativos de risco que observamos nesta semana foi impulsionada por alguns fatores, como a sinalização do FED de que uma alta de 100bps na próxima reunião é improvável (após declarações neste sentido), leitura marginalmente positiva dos resultados corporativos nos EUA divulgados até aqui, dados econômicos com sinais mistos, que ainda não confirmam uma recessão nos EUA e um quadro técnico já extremamente deteriorado.


Apesar disso, ainda não é possível observar nenhuma mudança estrutural sobre os principais temas que o mercado vem digerindo nas últimas semanas. Conforme sinalizamos na semana anterior, os ativos brasileiros tendem a seguir acompanhando o cenário internacional complexo e os seus impactos nos preços das commodities, que afetam diretamente nossa economia e pressionam o Ibovespa e o câmbio.


De olho na Temporada de Resultados


A temporada de resultados do 2T22 se iniciou no dia 14/07 e é importante acompanhar os resultados que serão divulgados pelas empresas nas próximas semanas. Apesar de riscos maiores de uma recessão econômica, as projeções de EPS para os próximos 12 meses, 2023 e 2024 subiram levemente durante o trimestre. Ao longo do período, as projeções de lucros foram revisados para cima entre 6%-8%.




Leonardo Strambi

Sócio-Fundador e Assessor de Investimentos na Austria Capital

Comentários


bottom of page